Sintomas e Causas das Hemorróidas

As veias hemorroidárias ou coxins hemorroidários são estruturas anatômicas normais de todos nós. Quando existe um fluxo sanguíneo aumentado (que faz com que elas inchem) associado à perda da sustentação das veias junto à parede interna do canal anal (que faz com que elas escorreguem pra fora), chamamos de doença hemorroidária ou popularmente, hemorróidas.

Assim, a doença hemorroidária é uma condição que ocorre como consequência da dilatação e escorregamento destes coxins vasculares. É uma situação altamente prevalente, porém não sabemos o quanto pois nem sempre os portadores vão ao médico falar do problema. O constrangimento faz com que muitos pacientes só procurem ajuda quando os sintomas são realmente importantes. Então estima-se que mais da metade da população tem hemorróidas ou terão em algum momento da vida.

Causas:

Existe a propensão genética para esta condiçao aparecer, mas alguns fatores podem contribuir:

  • excesso de força resultando em pressão aumentada no abdômen, que empurra esse tecido pra fora;
  • fatores posturais porque à medida que o ser humano fica de pé, existe ação da lei da gravidade;
  • prisão de ventre por excesso de força à evacuação e também costume de ficar muito tempo no banheiro;
  • gestação porque o peso do útero dificulta o retorno sanguíneo pela veia cava e assim como as pernas incham, as veias hemorroidárias também ficam mais inchadas. Os próprios hormônios da gestação, que preparam a mulher para o parto normal, deixam a região da pelve mais embebida em sangue e mais elástica e com isso facilita o aparecimento. Na grande maioria das vezes, a hemorroida regride após o parto.

Ao contrário do que se imagina, alimentos muito condimentados como pimenta não causam as hemorróidas, mas aumentam os sintomas (como dor e inchaço) de quem já tem a doença.

Classificação de hemorróidas:

As hemorróidas são divididas em externas – aquelas que tem grande componente de pele na borda anal – e internas – que são os coxins mais dilatados dentro do canal anal e que no momento da evacuação podem sair, o que chamamos de prolapso. A classificação da doença hemorroidária está diretamente ligada ao grau desse prolapso, sendo:

– grau 1: ausência do prolapso;

– grau 2: presença do prolapso mas que regride sozinho;

– grau 3: em toda evacuação as hemorróidas saem e o paciente tem que empurrar de volta, com os dedos;

– grau 4: o prolapso fica permanentemente externo e não há meio de fazê-lo voltar pra dentro.

Sintomas:

As hemorróidas internas não doem porque elas estão numa região do canal anal onde não há inervação dolorosa, então o quadro clínico principal é o sangramento ou o prolapso. Já na hemorróida externa, quando existe inchaço ou trombose por um entupimento da veia, pode ocorrer dor intensa.

A prevenção da doença hemorroidária passa por mudança de hábitos: aumentar a ingestão de fibras, evitar ficar muito tempo sentado no banheiro, ter hábitos de vida saudáveis (atividade física, evitar obesidade, etc), ingerir bastante água e líquidos em geral.

Tratamento:

Para cada fase da doença hemorroidária existe uma forma de tratamento. No grau 1, o tratamento só é realizado para melhorar qualquer sintoma, devendo-se rever os hábitos dietéticos de aumento de ingestão de fibras. Em caso de dor pode-se lançar mão do uso de medicamentos anti-inflamatórios. Nas hemorróidas de grau 2 a 4, quando sintomáticas (dor, prolapso, sangramento, etc.), a única forma de tratamento é cirúrgica e a indicação ou não de uma cirurgia é única e exclusivamente dependente do paciente.

Diferentemente de outras doenças, quem decide pelo tratamento é o paciente, pois depende do grau do incômodo. A única exceção, quando o médico deve intervir independentemente de sintomas, é quando há um sangramento muito grande que leve a um quadro de anemia.

Os tratamentos não-cirúrgicos são considerados de certa forma paliativos, pois a hemorróida em algum momento vai aumentar de tamanho e os sintomas piorarem.

Existem duas formas de tratamento cirúrgico. A mais popular, ou tradicional, é a remoção através de corte, ou técnica excisional. As técnicas não-excisionais ou que não removem as hemorróidas, mas contribuem para sua resolução são as que geram um pós-operatório menos desconfortável. São feitas através de: coagulação, cauterização, ligadura das artérias que nutrem as hemorróidas de sangue, ou através de grampeamento que retira em uma fita de mucosa retal acima da doença hemorroidária. Entre as técnicas não exciosionais estão o grampeamento (PPH) e a Dearterialização Hemorroidária Transanal (THD).

Para cada tipo de hemorróida existe uma técnica adequada. Eu costumo falar que as técnicas cirúrgicas estão dentro de uma caixa de ferramentas e para cada tipo de problema existe uma ferramenta adequada. O importante é que o proctologista conheça ou tenha à mão todas as ferramentas para serem utilizadas.

Independentemente da técnica, o pós operatório nunca é agradável, visto que é uma região que não tem como “repousar; não dá pra deixar de evacuar durante o período de recuperação e a evacuação dói. Para alívio dos sintomas, é recomendado o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e pomadas anestésicas após banho de assento. Em ambas as formas de cirurgia, o paciente volta à vida normal após cerca de 7 dias.

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