Gases – causas e diagnóstico.

Como os gases são formados?

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Problemas relacionados a gases são queixas constantes em consultório e, em sua maioria, dizem respeito à sensação de estufamento e excesso de eliminação dos mesmos. O que é importante salientar é que ter gases é absolutamente normal e faz parte da digestão normal de qualquer ser humano, assim como é normal também eliminá-los. Estudos demonstram que um indivíduo normal elimina de 12 a 20 flatos ( ou vulgarmente “puns” ) por dia. Se o número for muito além disso, algo pode estar errado em relação à digestão, à ingestão dos alimentos, ao ritmo da evacuação, à flora bacteriana, ou alguma doença.

A formação de gases depende de um binômio: matéria prima (ou seja, alimentação) e tudo aquilo que contribui para que a matéria prima vire gás, que pode ser a ação de bactérias, intolerâncias alimentares ou até pelo excesso de gás ingerido. Ingerimos gás quando falamos, fumamos, mascamos chiclete ou quanto ingerimos bebidas gasosas como cerveja e refrigerantes, que liberam gás dentro do intestino. Porém a matéria prima que vira gás, se dá principalmente por ação de bactérias.

As bactérias, principalmente ao metabolizarem carboidratos e gorduras, geram gases, entre eles, metano, que apresenta odor característico (mais forte ou mais fraco dependendo da população bacteriana e do tipo de alimento ingerido). O gás será eliminado pelo intestino normalmente.

Quais as causas?

Antes de mais nada, quando o indivíduo tem queixa de gases, é preciso analisar se há uma doença pré-existente ou se é uma condição normal e que por conta da atividade social pode representar desconforto e má qualidade de vida. Se o incômodo for tal a ponto de causar prejuízos à qualidade de vida, então temos que considerar situações em que podemos atuar. É o caso de algumas doenças funcionais (Intestino Irritável, por exemplo), má alimentação (excessos) ou intolerâncias. A intolerância à lactose, por exemplo, é uma situação onde existe uma formação maior de gases por conta da metabolização da lactose por bactérias.

Existem também situações onde o movimento intestinal pode estar prejudicado, aumentando a produção de gases. A movimentação harmônica do peristaltismo do intestino respeita um ritmo, como se fosse um marcapasso, que pode estar alterado influenciado por alimentos, hábitos de evacuação e até mesmo condições emocionais. Essa é a Síndrome do Intestino Irritável que pode levar a formação de gases, diarréia, prisão de ventre. Neste caso, o diagnóstico é de extrema importância.

Como tratar ou prevenir:

Se a formação de gases ocorrer por uma questão alimentar, algumas mudanças devem ser feitas para melhora da qualidade de vida, como: diminuir a ingestão de carboidratos, em especial doces, gorduras e principalmente fibras solúveis (que estão no trigo, suplementos, aveia, farelo de trigo, etc.) pois elas são metabolizadas em gás, gerando um dos principais efeitos colaterais, que é o estufamento. As fibras são de grande valia para o funcionamento do intestino mas as solúveis tem o inconveniente de ser metabolizada por bactérias e gerar mais gás.

Enfim, quando a queixa é “gases”, é necessário avaliar: 1) se a função intestinal é boa, 2) se não há uma doença funcional, como prisão de ventre (quando não há evacuação em um tempo adequado tem-se um maior contato de bactérias e 3) alimentação. Tendo a certeza de que não há nenhuma doença que pode gerar os sintomas, a forma de combater os gases se dá apenas com alteração na dieta. Ter gases e eliminá-los, é absolutamente normal.

 

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